terça-feira, 23 de novembro de 2010

(BR) Número de acidentes com caminhões não para de aumentar no Brasil

Só em São Paulo ocorrem 60 acidentes por dia por causa da imprudência e da falta de sinalização. Foram mais de 18 mil ocorrências no estado até outubro desse ano.

Eles têm pressa e prazo para cumprir. Cortam as estradas em alta velocidade e, com frequência, se envolvem em acidentes. As rodovias de São Paulo são um exemplo da imprudência com que muitos motoristas de caminhão dirigem.

A quantidade de acidentes é assustadora. São, pelo menos dois, por dia. Hoje cedo teve mais um: em uma das vias mais importantes da cidade, a Marginal Tietê, na altura da Zona Norte da capital. Os acidentes com caminhões são cada vez mais comuns.

Só nas estradas estaduais de São Paulo, foram mais de 18 mil ocorrências até outubro desse ano. A cada hora acontecem mais de dois acidentes com caminhões nas rodovias de São Paulo. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, este ano, até o mês passado, foram 60 por dia, em média. “Hoje mesmo, eu tomei um susto grande. Quando o carro foi para direita, a carreta foi de novo, ia bater. De repente, rodou e tombou na minha frente”, conta o caminhoneiro Francisco Duarte Pinheiro.

Entre as causas que contribuem para os acidentes estão o excesso de velocidade e as muitas horas ao volante sem descanso. “Às vezes, tem também falta de atenção, mas a sinalização é muito precária”, aponta um caminhoneiro.

Os acidentes acontecem especialmente em trechos considerados perigosos. O risco de um caminhão virar é muito alto nas curvas, pior ainda se a curva for em uma descida. Nesse caso, dizem os especialistas, a chance de acidente envolvendo um veículo pesado chega a ser três vezes maior do que com um carro. “Você tem que ter um controle de velocidade, sempre andar em uma média de 80 a 100 quilômetros por hora, no máximo, porque assim você tem o controle sobre o caminhão. Se você pisar muito, está arriscado a acontecer o pior”, afirma o caminhoneiro José Cláudio da Silva. Imagens feitas por um cinegrafista amador mostram o que acontece com um caminhão que faz a curva na mesma velocidade que o carro da frente. A parte de trás levanta, começa a virar e o caminhão tomba. A gravação foi usada nas análises do engenheiro Sérgio Ejzenberg, especialista em transportes. “Os caminhões são veículos pesados e altos. Portanto, são instáveis. Nas curvas, eles têm tendência a tombar. Nas retas, uma manobra evasiva qualquer, por chicoteamento na traseira, os caminhões podem tombar também”, alerta o engenheiro.

O especialista diz ainda que, em alguns trechos, o caminhão deve ter a velocidade reduzida à metade da de um carro e que isso deve ficar bem à mostra na rodovia, com placas indicando o limite para cada tipo de veículo. “Precisa regulamentar a velocidade menor desses veículos, caminhões e ônibus, nos trechos em curva. Isso é fundamental. Também nos trechos em reta, separando, porque são veículos diferentes que têm de ter um tratamento diferente dos automóveis”, explica Sérgio Ejzenberg. Até outubro deste ano, 651 pessoas morreram em acidentes envolvendo caminhões nas rodovias estaduais de São Paulo. Duas coisas são certeza para os paulistanos todos os dias: tem congestionamento e também tem acidente com caminhão, às vezes mais de um no mesmo dia.

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