domingo, 27 de fevereiro de 2011

(BR) Roubo de carga provoca prejuízo de quase R$ 1 bi ao país

Brasília (DF) – O Brasil teve um prejuízo de quase R$ 1 bilhão com o roubo de cargas nas rodovias em 2009. Foram 13.500 ocorrências, segundo dados da NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). A realidade, no entanto, é ainda pior, de acordo com o próprio presidente da entidade, Flávio Benatti. Segundo ele, é grande o número de crimes desse tipo que não são comunicados à polícia. Estimativas não oficiais da Fenatac (Federação Interestadual das Empresas de Transporte de Cargas) indicam que o roubo de cargas aumenta cerca de 7% a cada ano.

- Não há dúvidas de que o prejuízo é muito maior e que é grande a influência desse tipo de prática criminosa no custo Brasil.

Benatti participou do 10º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, na Câmara dos Deputados.

O presidente da Comissão de Viação e Transporte do Congresso, Milton Monti, disse que os parte do custo dos roubos são repassados ao consumidor.

- O prejuízo vai muito além de R$1 bilhão, uma vez que é grande o número de casos que não são notificados. Isso acaba sendo arcado pelas empresas e seguradoras, antes de ser repassado aos consumidores.

Segundo Benatti, 81,38% dos roubos de cargas registrados ocorrem na Região Sudeste.

- Isso corresponde a quase 11 mil, das 13.500 ações criminosas praticadas no país. Em valores, são cerca de R$ 660 milhões em prejuízo apenas no Sudeste.

Em segundo lugar, vem a Região Sul, com 1.069 casos, ou 7,9% – prejuízo de R$ 102,5 milhões.

Entre as mercadorias mais visadas pelos criminosos estão as alimentícios, eletroeletrônicas, fármacos, os cigarros, têxteis, as autopeças e os combustíveis, além de produtos metalúrgicos e químicos.

O uso tecnologia para prevenir esses crimes não têm resultado na diminuição dos roubos de cargas, segundo o presidente da Fenatac, José Hélio Fernandes.

- A cifra de prejuízos é enorme, porque as quadrilhas têm atuado de forma intensa e já está ficando disseminada por todo o país. Mesmo com as empresas fazendo uso das tecnologias modernas, como rastreadores por GPS, dispositivos que só permitem a abertura dos compartimentos em locais previamente definidos ou mesmo a chamada cerca eletrônica [travamento do veículo que desviar de uma rota pré-estabelecida], os roubos de cargas são cada vez mais praticados no Brasil.

De acordo com Fernandes, seria importante que a atuação policial passasse a ser federalizada, a fim de melhorar o combate a esse tipo de crime.

- Esse é um passo importante, porque a atuação das polícias estaduais acaba limitada por causa dos procedimentos burocráticos necessários para que a investigação avance para os estados vizinhos.

Para o secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato, o roubo de cargas precisa ser combatido por duas frentes. Além de uma infraestrutura que evite o tráfego em baixa velocidade, “é necessário que se faça um trabalho com foco na inteligência policial para identificar trechos onde há falta de fiscalização e para identificar onde ocorrem as vendas de produtos sem notas fiscais”, avalia.

- A redução de velocidade depende da característica das estradas. A maior parte das vias pavimentadas no país são pistas simples e algumas delas ficam em regiões montanhosas. Além dos aspectos topográficos, precisamos fiscalizar, de forma mais eficiente, os locais onde ocorre maior incidência de assaltos.

FONTE: BRASIL CAMINHONEIRO

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