terça-feira, 18 de outubro de 2011

(SP) Conheça a campeã de mortes nas ruas de São Paulo.

Com nove óbitos em seis meses, a Av. Jacu-Pêssego passou a liderar o ranking de atropelamentos na cidade.

Uma morte por atropelamento a cada 20 dias. Essa triste estatística fez da Avenida Jacu-Pêssego, na Zona Leste, a recordista absoluta em acidentes fatais com pedestres entre as vias da cidade no primeiro semestre deste ano. O levantamento foi feito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a partir de informações do IML (Instituto Médico Legal) e de boletins de ocorrência. A cidade registrou quase duas mortes por atropelamento por dia no período, num total de 325 vítimas até o mês de junho.

A Jacu-Pêssego não figurava no ranking das vias com mais atropelamentos no ano passado. Recentemente seu traçado foi ampliado e hoje ela serve como ligação do trecho Sul do Rodoanel à Rodovia Ayrton Senna. O aumento no fluxo de veículos pesados e em alta velocidade fez da via uma espécie de prolongamento  do Rodoanel. “Junto com isso vieram as mortes”, afirmou Sandro Silva, que tem uma borracharia na esquina com a Avenida Maria Santana e só neste ano presenciou cinco atropelamentos no local, em um deles morreu seu vizinho que estava na calçada, no dia 22 de abril. “Eu tenho este ponto há dez anos e isso não acontecia antes da ampliação da avenida”, disse.

O lugar chegava a ser considerado calmo, como atesta outra vizinha, a dona de casa Damiana Mercedes, que mora há mais de 20 anos na região. “A gente contava os carros nos dedos da mão”, disse. “Hoje isso aqui está pior do que a Marginal Tietê.” Os piores horários são os do final da manhã e da tarde, quando estudantes atravessam a avenida – sem farol ou passarela no trecho – a caminho das escolas.
Para Eva Nunes, presidente da Associação dos Moradores da Vila Reis, o bairro que margeia esse pedaço da Jacu-Pêssego, o problema de atropelamentos virou caso de calamidade pública e a construção de uma passarela é prioridade absoluta para os habitantes do lugar. “Aqui de manhã fica cheio de mãe atravessando a avenida correndo com filho no colo, a caminho da creche”, contou. “Dá pena de ver.”

Perigo/  Para a CET, o novo perfil da via, que passou a ser um importante eixo de ligação da cidade, pode ter influenciado no aumento no número de atropelamentos. Desde maio, a companhia desenvolve o Programa de Proteção ao Pedestre para evitar mortes por atropelamento. Até setembro, contudo, as ações da campanha estavam restritas ao Centro, definidas como Zona Máxima de Proteção ao Pedestre.

Os moradores acusam a CET de omissão. Aqueles que podem estão de mudança, como a dona de casa Alda Almeida, que mora há 16 anos na avenida. “Eu coloquei minha casa à venda e estou louca para sair daqui”, disse. Os que não têm outra alternativa se conformam e trancam os filhos em casa para evitar uma desgraça. É o caso de Vanessa Soares, mãe de um menino de 12 anos, de uma menina de 3 anos e de um bebê de 11 meses: ninguém pode sair desacompanhado nem para ir até a esquina. A cachorra Pick não obedeceu a ordem e foi atropelada no começo do ano. Ela escapou com vida, mas agora manca de uma das patas.

O ranking da morte

As vias com mais atropelamentos no primeiro semestre do ano, segundo levantamento da CET

- Avenida Jacu-Pêssego / Nova Trabalhadores - 9

- Estrada de Itapecerica - 7

- Marginal Tietê - 6

- Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira - 4

- Av. Prof. Francisco Morato - 4

- Avenida São João - 4

- Estrada do M’Boi Mirim - 4

- Marginal Pinheiros - 4

- Avenida Ragueb Chohfi - 4

- Avenida Sapopemba – 4  

FONTE:  DIARIO DE S. PAULO

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