segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

(RJ) Aumenta o roubo de cargas em SG e Itaboraí

Caminhoneiros estão em sinal de alerta. O aumento do roubo de cargas em São Gonçalo e Itaboraí tem mudado a rotina de empresas e levado a polícia a intensificar as operações na região. De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a outubro de 2011, foram contabilizados 206 assaltos em São Gonçalo, contra 153 casos ocorridos em todo ano de 2010, registrando um aumento de 34%. Na região de Itaboraí ocorreram 68 roubos de janeiro a outubro de 2011, enquanto que em 2010 esse número chegou a 44, o que representa um aumento em 55% o número de ocorrências.

De acordo com a polícia, cerca de 70% dos roubos de cargas ocorrem em áreas urbanas e as mercadorias são escoadas para depósitos clandestinos das quadrilhas e revendidas, sem notas fiscal, para comércios de São Gonçalo e Itaboraí.

Bebidas, remédios, eletrodomésticos e cosméticos são os materiais mais visados pelos bandidos. Os bairros Jardim Catarina, Rocha, Gradim e Galo Branco são os locais com as maiores incidências desse tipo de crime em São Gonçalo.

Monitoramento - Para especialistas, o uso do monitoramento via satélite (GPS) e as escoltas armadas coíbem a ação dos criminosos, mas não são fatores preponderantes para diminuir o número de cargas roubadas, como afirma o delegado Oscar Sá, da 72ª DP (Mutuá). “O ideal seria que cada caminhão fosse monitorado através de uma linha direta entre motorista e empresa. Caso o motorista não respondesse no momento certo a delegacia mais próxima seria acionada”, sugeriu.

Oscar Sá já dirigiu delegacias em Casemiro de Abreu, Tanguá, Itaboraí e Rio Bonito e faz um alerta quanto a necessidade de maior fiscalização nas estradas. “Na BR-101, até a entrada de Campos, temos apenas patrulhas em São Gonçalo, Casemiro de Abreu, Rio Bonito e Campos. Não tenho medo de errar: são mais de 200 km de estradas que ficam desguarnecidas”, revelou o delegado.

Sindicato quer delegacia especializada na região
De acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados das Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas de Niterói, Alexandre Nunes, a categoria tem cerca de 4 mil profissionais, entre motoristas e ajudantes, registrados na região.

O apoio jurídico às vítimas de roubo tem sido uma das prioridades da gestão de Nunes, que pleiteia junto à Secretaria de Estado de Segurança a instalação de uma unidade da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) no eixo São Gonçalo-Itaboraí.

“A iminente construção do Comperj já mexeu com a economia da região. O aumento dos roubos tem sido notório. Estamos dando apoio jurídico às vítimas e vamos pedir a instalação de uma delegacia especializada na região”, ressaltou.

Extensão à área urbana
De acordo com o delegado Oscar Sá, o roubo de carga nas estradas está sendo copiado na área urbana, mediante o sequestro do motorista até que a carga seja retirada do caminhão. No dia 26 de janeiro, policiais da 72ª DP (Mutuá) estouraram um depósito de cargas roubadas no bairro Santa Catarina, em São Gonçalo.

No imóvel foram apreendidos remédios, peças de carros e cosméticos, além de armas, drogas e um Escort azul roubado, reconhecido por um motorista que havia sido sequestrado pelos criminosos. O envolvimento de traficantes nos crimes está sendo investigado.

Caminhoneiros: risco nas estradas
O caminhoneiro Vivaldo Vantil Dillen, 62 anos e 40 de profissão, diz que não existe estrada segura e pede mais policiamento. “Há trechos que evito o máximo que puder, principalmente à noite. Não passo no horário noturno nos trechos que compreende São Gonçalo e Campos. Mesmo sabendo que a Ponte Rio-Niterói é liberada das 22h até as 6h prefiro seguir o caminho por Magé”, disse Vivaldo, que é pai de três filhos.
Já Cléber Souza Silva, 34, pai de quatro filhos, morador de São João de Meriti, prefere se agarrar a fé toda vez que tem que sair de casa para entregas que tenham que passar pelo trecho de São Gonçalo a Campos. Ele dá dicas para diminuir o risco de ser roubado.

“Colei no meu para-brisa a imagem de Nossa Senhora Aparecida para pedir proteção quando estiver na estrada. Dou preferência em paradas que são pagas e que tenham seguranças. Sou devoto, tenho fé. Acredito que ela me protege”, afirmou Cléber emocionado.

FONTE: O SÃO GONÇALO

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