domingo, 25 de março de 2012

(SP) Polícia investiga esquema de roubo de cargas

Ampla investigação de policiais da DIG de São Carlos sobre quadrilhas de fraude e roubo de carga de caminhões mapeia ações criminosas em cidades do interior, incluindo Rio Claro. Um empresário chefia a organização criminosa.

Na última sexta-feira (9), o delegado adjunto da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Fernando Teixeira Bravo, confirmou que duas quadrilhas de roubo e desvio de cargas, desbaratadas dias atrás, seguem investigadas em toda a região e em outras cidades do Estado de São Paulo. O delegado diz que muitos integrantes de um dos bandos eram caminhoneiros e outra parte da quadrilha realizava a contabilidade e produzia notas de cargas de açúcar falsas para que as mercadorias transitassem livremente por rodovias brasileiras.

Rede do crime organizado

Bravo, diz que as investigações ainda estão longe de se encerrar, pois devido ramificações das duas quadrilhas, muitas pessoas das regiões de Ribeirão Preto, Pirassununga, Araraquara, Matão, São Carlos, Rio Claro, Piracicaba e de outros municípios do Estado de São Paulo, seguem investigadas pois teriam alguma relação com as duas quadrilhas que roubavam ou simulava ataque contra caminhoneiros que na verdade repassavam a carga e registravam boletins de ocorrências sobre supostos roubos de cargas que na verdade se tratavam de desvio de mercadoria com notas produzidas pelo crime organizado.

O delegado que coordena os trabalhos informou que estas quadrilhas roubavam cargas de açúcar no Estado de São Paulo e as revendia para todo o Brasil.

Um empresário e outro integrante do bando que seriam os mentores de uma das quadrilhas, continuam presos e o sócio do empresário seria a pessoa que organizava a distribuição da carga roubada.

Notas ficais frias

Para que a polícia não descobrisse a procedência da carga, a quadrilha bem estruturada ainda emitia novas notas fiscais para o açúcar roubado. Bravo, disse que extratos bancários apreendidos pela DIG na posse do empresário e de seu sócio, comprovam a movimentações com valores superiores a R$ 30 mil que giravam à aproximadamente um ano. No final do ano passado, policiais rodoviários realizando rondas pela SP 310, rodovia Washington Luís, vieram a localizar na região de Matão um caminhão, que ficou comprovado que estaria transportando uma carga de açúcar avaliada em mais de R$ 40 mil. O caminhoneiro ao prestar depoimento à polícia Civil alegou que teria sido abordado por uma quadrilha e liberado na região de Nova Europa.

Frente de atuação

O adjunto da DIG, também informou que as quadrilhas trabalhavam em duas frentes. Uma delas seria responsável por colher informações no interior de empresas. “Esta teria a participação direta de muitos caminhoneiros, os quais infiltrados desviavam a carga e depois registravam Boletim de Ocorrência (BO), alegando que haviam sido roubados quando, na verdade, a carga era encaminhada para uma empresa fantasma, com sede em Aguaí, na região de Piracicaba. A segunda célula da quadrilha realizava os assaltos aos caminhoneiros (roubos de cargas). A quadrilha já está identificada como sendo a mesma que em setembro do ano passado realizou um roubo de cargas. Naquele dia os marginais mantiveram um caminhoneiro refém por mais de 12 horas e posteriormente fugiram com a carga”, relatou Bravo.

Fernando Bravo, não vem divulgando os nomes dos integrantes das quadrilhas para não atrapalhar as investigações que já identificou e prendeu outros oito homens da cidade de Araraquara, os quais como o empresário e seu sócio, tiveram prisões temporárias decretadas. O delegado informou que um dos motivos para o interesse de quadrilhas de cargas por sacas de açúcar, é que o produto está em média R$ 40,00 mais caro.

Roubo de cargas

Um dos casos que chamou a atenção da DIG – Araraquara e auxiliou nas prisões de muitos envolvidos, ocorreu no dia 13 de dezembro do ano passado, quando na região de Pirassununga, a Polícia Civil registrou o ataque de uma quadrilha de cargas que rendeu um caminhoneiro de 37 anos, o qual mantido como refém a partir das margens da SP 330 - rodovia Anhanguera, teve roubada sua carreta com uma carga de 40 toneladas de açúcar avaliada em R$ 46 mil. Ao ser ouvido, o caminhoneiro disse que seguiria para o Porto de Santos, no Litoral Paulista, mas quando parou em um posto de serviços na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, dois homens armados de revólveres anunciaram o roubo, o encapuzaram e o colocaram em um carro, no qual rodou por horas e posteriormente foi liberado sem a carreta que foi localizada dias após vazia.

FONTE: GUIA RIO CLARO

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