quinta-feira, 12 de julho de 2012

(RJ) Polícia Civil investiga suposto esquema de desvio de mercadorias

RESENDE

A Polícia Civil prossegue com as investigações sobre um possível esquema de desvio de mercadorias. O caso veio à tona após policiais do 37º Batalhão de Polícia Militar receberam denúncia de que um funcionário da firma RCR Ambiental, localizada no bairro São Caetano, em Resende, estaria desviando produtos do depósito. As mercadorias provenientes da filial da empresa P&G (Procter & Gamble), localizada em Itatiaia, com selo de reprovação no controle de qualidade ou prazo de validade expirado eram destinadas à terceirizada RCR para serem inutilizadas, no entanto, estavam sendo supostamente desviadas e revendidas no comércio da região, além do Rio de Janeiro e até São Paulo.

A partir da informação, os terceiros-sargentos E. Souza e Alexssandro e cabos P. Cruz e Corrêa, do Grupamento de Ações Táticas (GAT), sob a supervisão do primeiro-tenente Federizzi com o cabo Alberto, com o apoio de uma equipe da 89ª Delegacia Legal de Resende, deflagraram uma ação em um depósito situado na Rua Padre José Sundrup, na Vila Julieta, que culminou na apreensão de centenas de caixas com mercadorias de origem duvidosa, entre elas, produtos de beleza e higiene, na segunda-feira.

Segundo o registro, os policiais militares foram informados de que um funcionário da empresa terceirizada RCR, morador do Mirante das Agulhas, em Resende, estaria envolvido no caso. Também tomaram conhecimento de que ele circulava em um veículo Focus Sedan, de cor prata, e guardava parte do material desviado em um galpão na Vila Julieta.

A operação começou no período da manhã. A equipe se dirigiu para o depósito mencionado, onde avistou um veículo com as características repassadas em frente ao local. Depois, os PMs flagraram um homem, posteriormente identificado como funcionário da RCR, saindo do galpão e entrando no carro. À tarde, o suspeito foi detido no Mirante das Agulhas, momento em que negou à PM o teor da denúncia.

Logo, o funcionário foi levado para a DP, onde foi ouvido e liberado. Em depoimento, ele apenas disse que a P&G é cliente da firma onde trabalha, explicando que os produtos inutilizados devem ser triturados e, depois, encaminhados ao município de Magé para serem destruídos definitivamente. Segundo o funcionário, antes da inutilização total, a firma abre um processo para restituição de imposto referente a estas mercadorias na Receita Federal.

Com nova informação, a polícia retornou ao depósito na Vila Julieta, onde encontrou diversas mercadorias com formulários da P&G e da RCR, entre outros dados. O local foi preservado pela PM e, no dia seguinte, foi realizada a perícia criminal.

Ainda naquela noite, os policiais fizeram contato com um gerente administrativo da RCR, de 33 anos, que informou que desconfiava sobre o desvio de carga há quase um ano. Tendo ainda dito à equipe do GAT que realizava uma investigação particular, porém, sem resultado até o momento. Também esclarecera que chegou a substituir dois vigilantes do depósito e instalar câmeras de segurança, constatando ainda, por duas vezes, o furto de HD dos computadores que armazenavam as imagens do circuito. O gerente teria revelado que não havia como dimensionar a quantidade de produtos recebida para descarte. Mais tarde, a PM fez contato com representantes da P&G e terceirizadas.

DESDOBRAMENTO

Na manhã de terça-feira, os PMs se deslocaram até um galpão em Quatis, para verificar nova denúncia sobre o suposto esquema. Na ocasião, o proprietário teria contado que tinha alugado o imóvel, acrescentando que a carga procurada havia sido retirada pelo antigo inquilino no dia 25 do mês passado.

No mesmo dia, a equipe do GAT, com o auxílio do Serviço Reservado (P2), localizou mais mercadorias no bairro Itapuca. Um comerciante foi detido e conduzido para a 89ª DP. Foi encontrada grande quantidade de material sem nota fiscal no bar e na casa do suspeito, situados na mesma rua.

Em suas declarações, o proprietário dos imóveis esclareceu que havia comprado as mercadorias do funcionário da RCR, anteriormente detido, pelo valor de R$ 11 mil. Durante a negociação, o suposto vendedor, que estaria uniformizado, oferecera o material intitulado como ponta de estoque da RCR. O comerciante teria efetuado a compra com a promessa de receber a nota fiscal posteriormente, o que não ocorrera.

As mercadorias foram encaminhadas à delegacia, onde o caso foi registrado como apreensão. O gerente e o funcionário da RCR e o comerciante, citados como envolvidos no inquérito policial, foram ouvidos e liberados. Conforme a polícia, um deles seria candidato a vereador na região.

Em nota, a RCR Ambiental declarou que somente se pronunciará sobre o assunto, quando tiver acesso aos autos da investigação policial.

Já a Assessoria de Imprensa da P&G Brasil comunicou em nota, que está acompanhando todos os detalhes da operação, cujas investigações ainda estão em andamento, e está colaborando com as autoridades responsáveis.

A respeito do descarte ou destruição de produtos fora de especificação e do prazo de validade, a P&G esclareceu, ainda, que contrata empresas especializadas no mercado para executar esses procedimentos, que são padrão na indústria de bens de consumo. A P&G informou que tomará as medidas cabíveis para continuar a garantir que o descarte dos produtos seja sempre realizado da forma correta e dentro da legislação brasileira.

FONTE: A VOZ DA CIDADE

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