quinta-feira, 29 de setembro de 2011

(MG) Roubo de carga cresce 20% nas BRs de Minas

Pelo menos 194 casos de roubo de carga foram registrados no primeiro semestre, mais de um por dia

caminhão

As cargas mais roubadas no Estado são cigarros, eletrodomésticos, alimentos e remédios

Nos seis primeiros meses de 2011, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 194 ocorrências de roubos de cargas nas rodovias federais que cortam Minas Gerais, uma média de 32,3 roubos por mês. Os números mostram que pelo menos um caminhão é roubado por dia nas estradas mineiras. A comparação com os dados do primeiro semestre de 2010, quando foram registrados 162 ocorrências (27 por mês), mostra que esse tipo de crime cresceu 19,75%.

"Ao todo, temos apenas 700 policiais para fiscalizar 6.300 quilômetros de rodovias em Minas. São 136 homens trabalhando por turno. É um efetivo pequeno. Essa é a nossa grande dificuldade. Se tivéssemos mais policiais, com certeza a realidade seria outra", diz o inspetor Ricardo de Azevedo, chefe de Policiamento e Fiscalização da PRF em Minas. Entretanto, os números da PRF não demonstram a realidade do Estado porque não existem estatísticas que abrangem a quantidade de roubo de cargas em toda a malha viária (federal e estadual) mineira, já que as ocorrências são subnotificadas.

O delegado Islande Batista, chefe do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), afirma que em Minas Gerais é impossível fazer um levantamento estatístico seguro sobre ocorrências de roubos de cargas. "As delegacias do interior do Estado não remetem números e detalhes desses casos, o que inviabiliza a possibilidade de se fazer estatísticas e dificulta a atuação do Deoesp", diz. Prova disso, é que os dados repassados pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apontam apenas 46 roubos no primeiro semestre deste ano.

Dados da Associação Nacional de Transportes de Cargas mostram que em 2010 foram registradas 12.850 ocorrências de roubos de cargas em todo o Brasil, que representaram um prejuízo de R$ 800 milhões para as empresas transportadoras.

O índice de roubos é 5% inferior ao do ano de 2009, que teve um total de 13.500 casos e um prejuízo de R$ 900 milhões. A Região Sudeste foi a que apresentou o maior volume de ocorrências, com 79,94% do total.

Segundo o presidente da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat), Luiz Carlos Neves, as cargas mais roubadas são eletroeletrônicos, pneus, medicamentos e cigarros porque são produtos de fácil comercialização pelos receptadores.

"Os roubos se concentram em São Paulo (53%), Rio de Janeiro (21%) e o restante (26%) em outros estados brasileiros", diz. Para resolver essa questão, ele defende a necessidade de combate aos receptadores de mercadorias roubadas, o aumento do efetivo policial nas estradas e a criação de uma delegacia especializada para investigar esse tipo de crime.

Para o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas de Minas Gerais, Vander Francisco Costa, se antes já era difícil conseguir acesso a informações sobre ocorrências de roubos de cargas, depois que a Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds) decidiu acabar com a Delegacia Especializada de Roubos de Cargas a situação piorou. "Este é o novo pior problema em Minas, onde não existem levantamentos de estatísticas sobre esses crimes. Aqui as cargas mais roubadas são cigarros, alimentos, remédios e eletros".

FONTE: HOJE EM DIA

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